quinta-feira, 19 de abril de 2018

76 anos depois de terem sido separados pelo Holocausto eles se reencontraram


Na semana passada um encontro mais do que emocionante aconteceu entre Alice Gerstel, de 89 anos e Simon Gronowski, de 86. Eles se conheceram quando ainda eram crianças, quando ainda viviam na Alemanha e dividem a mesma triste história de vida: conseguiram fugir do Holocausto. De famílias amigas e judias, os dois conseguiram escapar da morte e passaram 76 anos sem ter nenhuma notícia um do outro. 

O encontro aconteceu no Museu do Holocausto de Los Angeles, quando os dois foram para contar suas histórias. A família de Alice conseguiu fugir para os Estados Unidos e Simon foi empurrado de um trem pela sua mãe, quando estavam a caminho do campo de concentração, em 1941.
Eles se conheceram em um resort de praia na Bélgica, em 1939, quando as duas famílias tornaram-se amigas. Alice, inclusive, chegou a se esconder junto com a família por 2 semanas, na casa de Simon, antes de seu pai fechar um acordo com contrabandistas e conseguir fugir para a França com a família. Mas, infelizmente a família dele resolveu ficar, onde conseguiram se manter escondidos por 18 meses, até que fossem descobertos e colocados em um trem com um destino triste, que Simon conseguiu fugir.
O pai de Alice era um comerciante de diamantes e, conforme percebeu que a coisa estava ficando feia, decidiu vender tudo, levando sua família para Casablanca, no Marrocos, onde depois partiram para Cuba e Estados Unidos, quando tiveram a chance de começar do zero. Alice casou, teve dois filhos e se estabeleceu no ramo imobiliário.
Com Simon as coisas se desenrolaram de maneira diferente. Seu pai não acreditava que a Alemanha poderia ser invadida e recusou a deixar seu país. Quando ele e sua mãe foram encontrados, o pai estava internado em um hospital e foi isso que acabou o salvando. Anos depois, passada a guerra, ele pôde reencontrar o pai, estudou direito e até hoje é advogado praticante, em Bruxelas, na Bélgica.
Gronowski escreveu em 2002, o livro de memórias “A Criança do 20º Trem” e foi através dele que o sobrinho de Alice conseguiu localizá-lo. Ela não escondeu a surpresa ao encontrar seu amigo de infância: “Eu pensei que toda a família tivesse sido assassinada. Eu não fazia ideia. Eu não o reconheci. Eu não enxergo o pequeno Simon. Mas ele está aqui. O pequeno Simon está aqui”.
Lembranças difíceis, resultado de um dos episódios mais tristes da história da humanidade fizeram e continuam a fazer parte da vida deles, assim como de outras milhares de pessoas, mas esse reencontro certamente acalmou seus corações.

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