terça-feira, 6 de novembro de 2018

Homem mata advogada e marido dela após perder ação judicial no litoral de São Paulo


A advogada Marleni Fantinel Ataíde Reis, de 68 anos, e seu marido Marcio Ataíde Reis, de 46, foram assassinados a tiros e facadas, na noite de sábado, 3, quando passavam o fim de semana em Peruíbe, no litoral sul de São Paulo. O suspeito do crime, segundo a Polícia Civil, estava inconformado por ter perdido uma ação judicial em que Marleni atuou como advogada da parte contrária. Neste ano, ao menos cinco advogados foram assassinados no Estado, quase sempre em razão do exercício da profissão.

Marleni e o marido moravam em Santos, mas costumavam passar fins de semana na chácara, na Estrada Armando Cunha, em Peruíbe. O imóvel foi invadido pelo suspeito que, armado de espingarda, atirou nas costas de Marcio. A advogada tentou fugir, mas foi alcançada pelo agressor, que a atingiu com várias facadas. Vizinhos chamaram a polícia. A advogada foi levada com vida à Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Peruíbe e chegou a ser transferida para o Hospital Regional de Itanhaém, na mesma região, porém, não resistiu. Antes de morrer, ela contou aos policiais quem era o autor dos crimes.

O suspeito, Antonio Ferreira Silva, de 61 anos, teve a prisão decretada, mas está foragido. Conforme a Polícia Civil, em agosto de 2011, a filha da advogada, Virgínia Conceição Fantinel Dias, vendeu um Fusca ano 1983 para Antonio, mas ele não transferiu o veículo para o seu nome. A vendedora passou a receber as multas de trânsito sofridas pelo homem e, sem acordo, entrou com ação na Justiça, tendo como advogada a própria mãe. Em junho, o juiz Alexandre das Neves condenou Silva a pagar R$ 2 mil a Virgínia por danos morais e a regularizar a documentação do carro, sob pena de multa diária de R$ 100. Conforme o relato da filha, ela e sua mãe passaram a receber ameaças de Silva.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Santos classificou o assassinato da filiada como uma afronta a toda a advocacia. Quando se cala a voz daquele que busca a Justiça por alguém, no exercício de sua profissão, se cerceia uma liberdade individual, disse o presidente da subseccional, Luiz Fernando Afonso Rodrigues. Os corpos do casal foram sepultados na manhã desta segunda-feira, 5, no Cemitério Metropolitano de São Vicente.


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